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A preparação e a magia da Festa de Natal: celebrar os 100 anos da televisão e as Bem-aventuranças

Maria do Carmo Collaço, Carolina Diogo e Raquel Malheiro

A Festa de Natal deste ano não foi apenas um evento. Foi a prova de que quando todos nos unimos com empenho, dedicação, criatividade e espírito de equipa, o resultado supera sempre as expectativas. […] Querida professora Mónica, nem imagina o quão agradecida lhe estou por me ter escolhido para fazer parte da produção da FNS 2025. Obrigada por me ter permitido viver tudo outra vez, apesar de ter um sabor diferente. Uma vez disse-me que o aluno pode sair dos Salesianos, mas os Salesianos não saem do aluno.

A Festa de Natal deste ano ficou marcada por uma homenagem muito especial aos 100 anos da televisão. O que o público viu no palco foi apenas uma pequena parte do trabalho que começou muito antes, para a professora Mónica, já tinha começado em novembro de 2024, enquanto para os alunos do ensino secundário foi no início de novembro de 2025 em que cada turma iniciou os seus treinos, ensaios e reuniões de preparação. Desde as coreografias às representações, todos se envolveram com empenho para dar vida às diferentes cenas inspiradas em programas, séries e momentos televisivos que marcaram gerações, como o anúncio da Coca-Cola, um grande marco na história da televisão, mas também para a nossa festa.

Ao longo de semanas intensas, cada personagem e cada elemento da produção dedicou-se de forma exemplar. Ensaios depois das aulas, tardes prolongadas e até noites inteiras foram necessárias para garantir que tudo estivesse em ordem. Na véspera da festa, muitos alunos e professores ficaram na escola até tarde para montar cenários, testar som e luzes, organizar o guarda-roupa e preparar os bastidores. A azáfama era constante, mas a vontade de ver o trabalho final compensava qualquer cansaço.

O elenco principal teve também um papel determinante. As cantoras, a banda, e até antigas alunas que, com enorme generosidade, disponibilizaram os seus dias desde novembro para apoiar a professora Mónica, foram essenciais para dar vida à festa. Os alunos de Artes e outros voluntários colaboraram na criação de adereços, cenários e na dinamização dos bastidores, garantindo que cada momento fluía sem interrupções. Vários professores também deixaram a sua marca, como o professor Nuno Oliveira, que demonstrou uma extraordinária dedicação na organização do guarda-roupa, maquilhagens e penteados, assegurando que cada detalhe visual reforçava o tema escolhido.

A atuação da Festa de Natal destacou-se ainda pela sua cuidada coordenação e diversidade de cenas, que levaram o público numa verdadeira viagem ao longo do século da televisão. A primeira cena, dedicada aos anos 20, abriu o espetáculo com grande rigor e impacto visual. Seguiu-se a cena inspirada no Tom Sawyer, que trouxe ao palco uma atmosfera leve. Um dos momentos mais cativantes foi a cena dos Mundiais, acompanhada pela música Waka Waka, que contagiou o pavilhão com energia, ritmo e espírito de união.

Em contraste com esta animação, destacou-se a impactante cena dedicada à pandemia da Covid-19. O ambiente tornou-se subitamente sombrio e silencioso, invadindo o pavilhão dos Salesianos e prendendo por completo a atenção da plateia. Foi um dos momentos mais marcantes da noite, levando cada pessoa do público a recordar a incerteza desta época. Nesta cena, o discurso da rainha Isabel II, protagonizado por uma aluna, trouxe uma mensagem de esperança e resiliência, reforçando a profundidade emocional do espetáculo.

No centro de tudo isto esteve a grande visionária da festa: a professora Mónica. Foi a professora quem imaginou, estruturou e orientou cada parte desta celebração. Pensou nos detalhes cénicos, nas músicas, na ligação entre as cenas, na mensagem final e na forma como toda a escola podia participar. O seu entusiasmo e liderança contagiaram todos, transformando uma ideia ambiciosa num espetáculo coeso e emocionante.

No dia da festa, os bastidores eram um verdadeiro turbilhão de corridas, ajustes de última hora e muita adrenalina. No entanto, cada pessoa (alunos, professores, antigas alunas e voluntários) cumpriu o seu papel com enorme comprometimento. Graças ao esforço coletivo, a nossa escola conseguiu criar um espetáculo inesquecível, digno da celebração de um século de televisão.

A Festa de Natal deste ano não foi apenas um evento. Foi a prova de que quando todos nos unimos com empenho, dedicação, criatividade e espírito de equipa, o resultado supera sempre as expectativas.

Maria do Carmo Collaço | 11.ºT1”

“Como disse há uns meses uma pessoa que me é muito querida, “até podemos sair da bolha, mas a bolha nunca sai de nós” e, por isso, é claro que não hesitei quando me convidaram para voltar a fazer parte da produção da Festa de Natal do Secundário.

Há uma maturidade silenciosa em reconhecer o impacto que uma escola pode ter na nossa vida, uma alegria enorme em perceber que chegámos a um ponto em que podemos ser nós a retribuir tudo o que nos foi dado e em descobrir o quanto crescemos, quando regressamos ao sítio que nos ensinou a crescer. Dito isto, torna-se um pouco mais fácil imaginar o turbilhão de emoções que foi voltar a casa. 

Não nego que todos os ensaios nos auditórios 1 e 6, ver as coisas a comporem-se, rever o palco montado e voltar a presenciar as correrias dos bastidores não nos suscite sentimentos de nostalgia e acolhimento, mas há algo que supera tudo isso… e esse algo são as pessoas que nos rodeiam e que estão connosco durante todo o processo.

Para mim, não há nada melhor do que as conversas rápidas entre cenas, os olhares de cumplicidade, os “vai correr bem” sussurrados mesmo quando o tempo estava contra nós. Não posso esquecer-me dos pequenos gestos, como alguém que ajuda a segurar uma cortina, outra pessoa que ajeita um microfone ou uma terceira que pergunta se já comemos, enquanto já nos traz a comida na mão. Estas são as pessoas que nos lembram porque é que este lugar nunca deixa verdadeiramente de ser casa.

E, no meio do caos bonito que é organizar uma festa de Natal, apercebemo-nos de que voltámos não apenas para ajudar, mas para reencontrar uma parte de nós que continua aqui. Talvez seja por isso que a emoção não veio apenas do que estávamos a construir, mas da consciência de que estávamos a criar memórias para outros, tal como, anteriormente, alguém as criou para nós.

Carolina Diogo. AA. (Estudante de Medicina na UCP)”

“FNS: um sentimento que não se explica 

Tudo (re)começou com uma simples visita aos Salesianos numa pacata tarde de início de outubro. Passados 10 minutos de ter chegado, já tinha uma versão muito inicial daquilo que viria a ser o guião da nossa grande emissão especial do canal Alerta ES: FNS 2025 à minha frente, seguindo-se a pergunta, ou melhor, a afirmação: “Preciso da tua ajuda!”. Qual não foi o meu espanto quando a boca falou antes de o cérebro pensar e, assim sem mais nem menos, estava outra vez dentro da loucura que foi e é este projeto que me diz tanto. 

Embora tenha sido diferente, não pude deixar de ajudar quando e no que pude, quando tinha algum tempo livre e, de repente, tinha passado a correr e estávamos na semana da festa. Meses de trabalho árduo antecederam estes momentos sempre “I-CÓ-NI-COS” que ficarão sempre na memória de quem fez parte deles. (Mas na verdade, todo o percurso é maravilhoso quando o fazemos com amor e com as pessoas certas.) 

E por falar em pessoas certas… 

Não posso deixar de agradecer à professora Mónica e ao Arquiteto Luís Henriques por fazerem da FNS um evento inesquecível para qualquer aluno que saiba admirar e sentir como deve ser a magia do Natal e o tempo, trabalho, dedicação e especialmente amor que vocês colocam sempre em todos os detalhes deste dia e dos meses até ele. Desde quizzes sobre o tema da festa, aos chocolates que recebemos se acertarmos e às fotografias de registo de presenças no fim dos ensaios, às infinitas e infindáveis reuniões de equipa e às coreografias de cada cena que, este ano (infelizmente) não iam todas sabidas de cor, não há alguém que consiga pôr por palavras aquilo que se viveu. Porque algo deste impacto não tem explicação possível, só se pode sentir. Vá, agora preparem os lenços, porque eu ainda não acabei… (Se é para ser é para ser como deve de ser.)

Em primeiro lugar, queria agradecer aos restantes membros da equipa de produção, por todos os dias me permitirem aprender com vocês ao longo destes dois anos de FNS. Porque se há máxima em que eu acredito é que Equipa que ganha não mexe! Obrigada ao elenco por ter sido incansável e perfeito em todos os momentos. Vocês são tudo. Por fim, obrigada, a todos os professores que nos ajudaram na organização da festa, para que tudo corresse na perfeição, ao Arquiteto Luís Henriques por manter sempre a animação em altas e, como não podia deixar de ser, às mulheres que tudo fizeram: Nossa Senhora Auxiliadora e Professora Mónica Maia Henriques. (Mas, para esta última, vai uma notinha especial…)

Querida professora Mónica, nem imagina o quão agradecida lhe estou por me ter escolhido para fazer parte da produção da FNS 2025. Obrigada por me ter permitido viver tudo outra vez, apesar de ter um sabor diferente. Uma vez disse-me que o aluno pode sair dos Salesianos, mas os Salesianos não saem do aluno. E eu digo-lhe que eu sou apenas uma prova viva de mais uma das coisas que me diz e que eu levo e levarei sempre comigo para o resto da vida. Obrigada por acreditar em mim, mesmo quando eu não acredito. Obrigada por enxugar as minhas lágrimas quando eu estou apavorada com seja lá o que for e por partilhar gargalhadas até estarmos a duas a lacrimejar. Obrigada por ser aquela amiga de que toda a gente precisa na vida, por ser confidente de todas as horas, por confiar em mim e por ser uma segunda mãe, uma pessoa especial, sempre atenta, preocupada e a precisar de um café (ou muitos). Nunca vou saber dizer o quanto agradeço a Deus por ter cruzado os nossos caminhos. A professora é o sorriso que alegra qualquer instante triste, é o abraço que aquece qualquer dia frio, é o olhar meigo que faz valer a pena cada molha que apanhamos para chegar a tempo (ou não tanto…) ao ensaio, é a palavra certa no momento certo, é tudo e é tudo para mim.

Assim, deixo uma reflexão aos que, um dia, ainda vão fazer parte disto: deixem-se envolver pela magia do Natal, e pelo sentimento que é a Festa de Natal do Secundário. Se se deixarem levar, prometo que jamais se arrependerão. Concluindo, obrigada a todos que disto fazem e fizeram parte. Aprendi muito e cresci ainda mais com vocês. Obrigada Salesianos, por terem sido casa mais uma vez. Obrigada FNS, por seres um projeto que eu sempre irei guardar com carinho infinito no meu coração e do qual nunca sairei senão de coração cheio. 

Raquel Malheiro, antiga aluna (Estudante de Medicina Universidade Nova de Lisboa)”