Na Escola Salesiana estão vivos a preocupação e o fascínio pelas singularidades. Por isso foram introduzidos mecanismos que têm como objetivo responder às necessidades e expectativas de cada um, valorizando a diversidade, dando atenção às características individuais, desafiando alunos e educadores para que cada pessoa e cada aluno chegue onde pode chegar. Todos ensinam, aprendem e crescem diariamente, com os momentos de celebração, com as derrotas, que também existem, com a presença da paixão e da compaixão.
Conhecem-se os nomes e os rostos, e promove-se o crescimento interior de cada um.
“se eu sou diferente de ti, longe de te usar, eu posso aumentar-te, eu posso melhorar-te, eu posso enriquecer-te”.
Saint Exupéry
Não se valorizam tanto os resultados escolares do aluno, mas sim até que ponto esses resultados correspondem ao seu potencial. Nesta linha, convidamos cada um a desafiar-se a si mesmo, dar o seu melhor, para que os seus talentos sejam aproveitados ao máximo. Válido para alunos, válido para educadores. O que importa não é ser melhor do que os outros, mas sim, ser o melhor possível.
Como nem todos aprendem da mesma maneira as metodologias são adaptadas a essa diversidade. Como nem todos têm os mesmos interesses e os mesmos talentos importa personalizar o ensino e a aprendizagem.
Tendo em vista o reconhecimento e valorização dos bons alunos e das boas pessoas, estão instituídos quadros de valor e quadros de excelência para todos os ciclos e bolsas de estudo no ensino secundário.
A ideia de que os educadores moldam as lentes através das quais os alunos irão continuar a ver o mundo, deixa-nos orgulho e conforto, mas, simultaneamente, carrega-nos com um enorme fardo de interrogações. Os Salesianos de Lisboa têm um compromisso com a qualidade na educação. Estamos focados na excelência académica, bem como na sólida formação humana e espiritual dos nossos alunos. Estimula-se a curiosidade, o gosto pelo conhecimento, pela investigação, pelas perguntas e pela busca de respostas, o pensamento crítico e o debate de ideias aprofundando temas e explorando possibilidades que vão muito para além do currículo prescrito.
Do início ao fim do seu percurso nos Salesianos de Lisboa, os alunos mergulham no mundo da descoberta, da investigação, acompanhados por professores apaixonados pelos talentos que se descobrem e por uma educação que, vivendo intensamente o presente, forma os protagonistas do futuro. O currículo ensinado não fica refém do currículo prescrito. Crianças e jovens são anualmente estimulados a envolverem-se em projetos e concursos de âmbito nacional e internacional, desenvolvendo competências e explorando conteúdos que vão muito para além das fronteiras da sala de aula.
Pretendemos que a escola seja cada vez mais um lugar de prazer. Combatendo gradualmente alguns dos “absurdos da velha gramática escolar”, existem tempos e espaços cuja configuração não só é indutora de novas práticas pedagógicas, como naturalmente proporcionam que cada aluno esteja onde e como deve estar, e não onde e como é obrigado a estar. Concebidos com uma intencionalidade clara, nestes espaços tecnologicamente muito bem equipados, vivem e convivem o trabalho individual, trabalho em grupo, trabalho por projetos, apresentações, uma boa “lição”, sempre num clima distante da rigidez da sala de aula tradicional.
Alunos agrupados de forma flexível aprendem em espaços atraentes e versáteis onde mora a diferenciação.
Mobilizando características e vivências pessoais, contextos singulares e conhecimentos adquiridos, os alunos são desafiados a ser autores, tendo em vista o (des)envolvimento de cada um e as sua satisfação pessoal.
A oportunidade de cada aluno expressar a sua individualidade/pessoalidade. No âmbito da ciência e tecnologia, da literatura, da economia, das artes visuais e das artes performativas, nos Salesianos de Lisboa, os alunos são estimulados individualmente ou em grupo a “verem para além da montanha”.
A criação e apresentação de produtos originais ou obras literárias e artísticas, são desafios presentes e contribuições para a construção de um mundo que todos queremos melhor.
“Uma escola grande, uma grande escola”
“Uma escola grande, uma grande escola”, dizemos com orgulho nos Salesianos de Lisboa. Um palco onde interagem diferentes culturas, diferentes contextos, interesses, religiões, diferentes formas de olhar o mundo.
Desta heterogeneidade brota uma riqueza de interpelações e de interrogações que desinstalam e mobilizam alunos e educadores a romperem as fronteiras reais ou imaginárias.
A aposta dos Salesianos de Lisboa em projetos internacionais e num nível elevado de proficiência linguística para todos os alunos, são facilitadores para esta abertura ao mundo e aos seus mundos.
Na escola existe uma igreja. Na igreja existe o silêncio, a espera, o abraço, a oração. Na mesma igreja existe a festa e a alegria salesiana vivida e celebrada. Com muita frequência ouvem-se acordes e, sobre eles, melodias com vozes que não incomodam o silêncio. Na igreja acontece a Eucaristia e o encontro da nossa comunidade. Ali, educadores e alunos são sobretudo pessoas que partilham uma identidade.
E é tão bom sentirmo-nos pessoas nos Salesianos de Lisboa.
“Os educadores formam os seus educandos como os oceanos formam os continentes – retirando-se.”
Holderlin
Fica a esperança de que os nossos queridos alunos, no palco e na plateia de cada pedaço de mundo que irão ocupar, sejam capazes de reservar papéis e lugares de destaque para o afeto, o silêncio partilhado, a compaixão e o respeito profundo por este milagre e esta dádiva a que chamamos vida.
A educação apresenta-se hoje como uma grande viagem numa sociedade em constante mudança. Neste percurso, neste projeto vital em permanente construção, acontecem imensas mudanças e situações imprevisíveis que nos obrigam a refazer as malas que foram cuidadosamente preparadas. Sendo a escola um lugar de onde se deve sair, não tenham receio de voar, queridos alunos. Voem, no entanto, na direção que desejam, e não na direção do alvo que o arqueiro escolheu.
Professor dos Salesianos de Lisboa
Acredito que as escolas são “casas disfarçadas de escolas” e as casas são “escolas disfarçadas de casas” onde vivem “famílias disfarçadas de turmas” e “turmas disfarçadas de famílias”, ambas com a inevitável sensação de que a casualidade deste encontro é fruto de uma ordem que nos transcende à qual chamamos sem disfarces – VIDA.
Foi nesta “escola” que descobri o que Mark Twain chama de “segunda data mais importante”, aquela em que compreendemos a razão pela qual viemos ao mundo.
Cheguei aos Salesianos por acaso, mas rapidamente percebi que a “estranha” ordem que nos rege havia promovido este encontro e me estava a pedir para seguir um caminho de serviço.
Foi aqui que fui desafiado a pensar uma nova forma de ver o ensino artístico. Uma perspectiva ambiciosa ao nível artístico, mas especialmente ao nível da construção humana. Uma oportunidade de ver e fazer crescer “gente” capaz e preparada num contexto de família em que todos olham por todos e em que sentimos o calor dos afetos nos gestos diários mais simples. Foi neste ambiente que tive a sorte de me cruzar com gerações e gerações de “miúdos” que me fizeram acreditar neste projeto e continuar este sonho. “Miúdos” que ainda hoje tornam os dias mais fáceis e luminosos.
Queria também prestar a minha sincera homenagem a todos os que partilham comigo esta paixão e que se encontram nos mais diversos “cantos” da nossa escola. Nas salas, no pátio, no bar e em tantos outros espaços. Pessoas que tornam tudo tão mais fácil. Obrigado a todos os que fazem dos Salesianos o que são hoje e que tornam esta casa tão especial.
Antiga aluna dos Salesianos de Lisboa
No outro dia fui jantar com o meu grupo de amigas do secundário, que continua a ser o meu grupo de amigas mais próximo. Somos seis, umas ainda a acabar os estudos, outras a darem os primeiros passos no mercado de trabalho, todas em áreas distintas, cada uma a traçar o seu caminho, umas vezes mais leve e certo, outras vezes mais inquieto e sinuoso.
No fim desse jantar pensava naquilo que nos uniu: a passagem pelos Salesianos, um pedaço curto se olharmos para uma vida inteira mas tão grande numa vida ainda breve de 22 anos. Pedaço grande, desafiante e tão intensamente aproveitado e gozado, um instante de tempo que deixou uma marca única em cada uma de nós. Em mim ficou cunhada a excelência do ensino que me preparou para as aventuras que se seguiram, a exigência que me deu ferramentas para trabalhar com brio e honra, a inexcedível preocupação dos auxiliares que me fez sentir cuidada e amparada e, o mais importante, o exemplo dos professores e professoras com quem cruzei caminho e que foram inspiração e referência para procurar colocar tudo o que sou em qualquer coisa que faça, ensinando-me para além de qualquer fórmula para ser uma pessoa íntegra, com doses certas de empatia, dedicação e amor, com coragem para sonhar e empenhada na construção de um mundo melhor para se viver.
E por isso, hoje passados 4 anos de ter terminado a minha formação vejo que os Salesianos continuam comigo a cada passo que dou, através dos valores transmitidos que são a base da pessoa em que me tornei e das amizades que dão hoje estrutura (e muita alegria) à minha vida, unidas por um chão forte, uma casa comum onde pudemos crescer. Salesianos, que sorte, uma casa onde fui tão mas tão feliz!
Encarregada de Educação
Falar dos Salesianos de Lisboa é falar da parte mais feliz do percurso educativo dos meus filhos. É falar de uma escola que procura a excelência comum sem se distanciar nunca das particularidades de cada aluno.
Essa é a verdadeira essência salesiana: o jovem, a pessoa, o ser humano.
Nesta escola, não há números, há nomes. Há vidas que se sabem de cor mas que se guardam em segredo, numa envolvência em que escola e família se tornam uma só célula. Há vidas que aprendem a pensar as matérias mas também a olhar para o outro e a aprender com ele a diferença. Há Ciências e Humanidades, que se ensinam com rigor, sem esquecer que é nas Artes que o Homem se ultrapassa. Há a dimensão religiosa que transmite aos jovens a fé sublime no Criador mas também em si próprios para que nunca se percam do Caminho quando os ventos da vida sopram com força na raiz. Um aluno que aqui entra é como um bloco de mármore que todo o corpo salesiano, desde o primeiro bom-dia ao último até amanhã, esculpe amorosamente até de ele libertar a obra-prima que encerra. Foi assim que, no 12º ano, ao fim de oito anos de vida escolar, esta escola me devolveu os filhos: duas obras-primas salesianas. Se houve pedras ao longo do caminho? Claro que houve. Mas é com elas que se fazem os castelos. Esta é a minha história de mãe salesiana. Uma história que viverá sempre comigo porque o que acontece nos Salesianos de Lisboa não fica nos Salesianos de Lisboa. Leva-o cada aluno (e mãe) para sempre.