Na véspera da “(…) Festa do Santo Fundador das Obras Salesianas (…)”, (1) celebrada a 31 de janeiro desse ano de 1939, as Oficinas de S. José (OSJ) receberam a visita de um grupo de alunos do Liceu de Gil Vicente. As origens desta última instituição remontam ao ano de 1914, sendo o primeiro liceu criado pela república após a sua implantação, em 1910.
Linhas convergentes
Por Frederico Pimenta
Releitura dos documentos originais da história dos Salesianos em Portugal. Trabalho ímpar de tantos investigadores, com especial destaque para o Pe. Amador Anjos, historiador, conhecedor profundo e inspirador de dissertações e teses sobre a vida e obra dos Salesianos em Portugal.
1939 – Visita dos sextanistas do Liceu de Gil Vicente
Na véspera da “(…) Festa do Santo Fundador das Obras Salesianas (…)”, (1) celebrada a 31 de janeiro desse ano de 1939, as Oficinas de S. José (OSJ) receberam a visita de um grupo de alunos do Liceu de Gil Vicente. As origens desta última instituição remontam ao ano de 1914, sendo o primeiro liceu criado pela república após a sua implantação, em 1910.
Estamos, então, ao que o título deste escrito remete, no dia 30 de janeiro, e a descrição elucidativa do acontecimento teve lugar nas páginas do Boletim Salesiano, de julho de 1939. (2) Aqui se recorda esse momento do octogésimo sexto aniversário da respetiva realização. Nesta deslocação, os alunos do Liceu de Gil Vicente foram acompanhados por três responsáveis daquele estabelecimento de ensino: “a Sra. D. Zalnar Nunes e os Drs. Antonino Pestana e Luís Passos”. O segundo responsável aqui indicado foi igualmente cooperador salesiano.
A receção aos alunos visitantes teve lugar no pórtico habitualmente designado, nos nossos dias, por “do 3º ciclo”. A banda das OSJ fez-se ouvir no momento de aclamação destes sextanistas da escola oficial, instituição esta localizada na parte oriental da cidade de Lisboa.
O primeiro momento significativo deste acontecimento ocorreu na capela das Oficinas de S. José aquando da celebração de missa em memória de um aluno do liceu recentemente falecido.
As deambulações pelas instalações das Oficinas de S. José enquanto Escola Profissional centraram-se nos espaços oficinais e nos trabalhos ali executados, fomentando o diálogo entre os alunos das duas instituições. Ambas as escolas baseavam o seu ensino na componente prática, o que motivou decerto esse diálogo entre os jovens.
De acordo com o redator do Boletim Salesiano coevo, pelas dez horas realizou-se um momento de “(…) entretenimento musical (…)” com a participação de constituintes de ambas as escolas.
O Diretor das OSJ, naquele respetivo ano, era o Pe. Carrà, que, conjuntamente com o Dr. Antonino Pestana, teceu palavras de acolhimento e elocução de acordo com o momento vivido. O segundo abordou ainda a vida e obra de D. Bosco.
O Liceu de Gil Vicente, cujo reitor era naquele momento cronológico o Dr. Francisco Dia Agudo, cargo que desempenhou entre 1934 e 1946, agraciou a bandeira das OSJ com um nastro que continha a seguinte mensagem: “Às gloriosas Oficinas de S. José, homenagem dos alunos do 6º ano do Liceu de Gil Vicente – 1939”. Semelhante reconhecimento foi prestado à bandeira do Liceu visitante por parte dos alunos das OSJ.
Um momento musical, por parte do coral liceal, concluiu este encontro das duas instituições de grande prestígio da cidade de Lisboa, aproximando com extrema sensibilidade os aprendizes das diferentes áreas de ensino, “Seguiram-se belos números de musica vocal executados pelo Orfeão liceal, (…) e muito aplaudidos pelos alunos das Oficinas”.
- Boletim Salesiano – Órgão dos cooperadores salesianos, Ano XXXVI, nº. 4, Julho, 1939.
- Ibidem.




