As Oficinas de S. José (OSJ) acolheram as diferentes presenças salesianas da Província Portuguesa, nos dias 10, 11 e 12 de abril de 1967. Este acolhimento fez parte de um determinado momento da deslocação do Reitor Mor, Pe. Luís Ricceri, a Barcelona, sendo esta igualmente incluída na deslocação aos territórios da América Latina, onde a presença salesiana, iniciada com as grandes movimentações missionárias, desde cedo permitiu enorme adesão.
Linhas convergentes
Por Frederico Pimenta
Releitura dos documentos originais da história dos Salesianos em Portugal. Trabalho ímpar de tantos investigadores, com especial destaque para o Pe. Amador Anjos, historiador, conhecedor profundo e inspirador de dissertações e teses sobre a vida e obra dos Salesianos em Portugal.
1967 – flash de uma breve visita
As Oficinas de S. José (OSJ) acolheram as diferentes presenças salesianas da Província Portuguesa, nos dias 10, 11 e 12 de abril de 1967. Este acolhimento fez parte de um determinado momento da deslocação do Reitor Mor, Pe. Luís Ricceri, a Barcelona, sendo esta igualmente incluída na deslocação aos territórios da América Latina, onde a presença salesiana, iniciada com as grandes movimentações missionárias, desde cedo permitiu enorme adesão.
Esta visita a Portugal encontrou-se emoldurada no esboço de encontros breves trilhado pelo Pe. Ricceri em diferentes geografias, rico de grande trabalho e planificações estruturalmente férteis. Desenvolveu o seu reitorado entre 1965 e 1977, sendo antecedido pelo dinamismo do Pe. Renato Ziggioti, e precedeu o Pe. Egídio Viganó, sendo o sexto Reitor-Mor, após a morte de D. Bosco. A sua presença em Portugal revela essa riqueza e labor ativo nas conclusões emanadas, encontrando-se permanentemente fiel às ideias do fundador dos salesianos.
A notícia do início deste reitorado surgiu no Boletim Salesiano (BS) de junho de 1965 (1) com fotografia na capa e o anúncio intitulado “O VI sucessor de S. João Bosco”. O corpo da notícia informa: “Roma, 27 de Abril de 1965 – O Rev.mo Sr. P. Luis Ricceri foi eleito Reitor-Mor dos Salesianos de D. Bosco, pelo Capítulo Geral reunido em Roma com a participação de 152 padres, representando as Províncias da Congregação. Que o Senhor o conserve, o ilumine e ampare, são os votos de todos os Salesianos, Cooperadores, Alunos, e Antigos Alunos da Província Portuguesa”. Outros pormenores foram elencados no número seguinte da publicação salesiana.
Esta passagem por Portugal foi delineada, “ocupando a maior parte do seu tempo em conferências aos srs. directores das casas”. (2)
Sob as ideias gerais do Concílio Vaticano II, “As suas palavras, recebidas como orientação nesta época de grande esforço espiritual em toda a Igreja, foram conservadas (…)”. (3) De acordo com o BS, essa conservação realizou-se no coração de cada recetor e em “gravação magnética”. (4)
O documento refere ainda uma entrevista dada no aeroporto pelo Reitor-Mor e elenca as presenças dos responsáveis salesianos presentes no momento da chegada, nomeadamente o Provincial, o Vice-Provincial, o Conselho Provincial, os Diretores das casas salesianas, as representantes das Filhas de Maria Auxiliadora, antigos alunos e “uma representação de alunos das Oficinas de São José”. (5)
Da ideia geral expressa à imprensa pelo Reitor-Mor, o BS destaca: “(…) está empenhado «numa revisão de métodos» para que os princípios pedagógicos de D. Bosco possam dar o seu rendimento”. (6)
Manifestou ainda o desejo de voltar a Portugal no decurso do ano cinquentenário de Fátima que se celebrava no momento. De acordo com o BS, o Reitor-Mor deslocou-se ainda, nesses três dias, às já citadas OSJ, onde permaneceu, e às casas do Estoril e Manique.
Damos, com este sucinto apontamento, testemunho da atenção dispensada no BS respetivo a esta passagem do Reitor-Mor coevo, celebrada nas terras lusas.
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- Boletim Salesiano, Ano XXII, N.º 209, Junho, 1965.
- Boletim Salesiano, Ano XXIV, N.º 230, Junho, 1967.
- Ibidem.
- Ibid.
- Ibid.
- Ibid.