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Esperança – a fé simples de uma mãe

Marta Figueira

Sinto que, desde sempre, Deus me prepara para o que vivo hoje. 

No dia do meu casamento, da homilia recordo especialmente as seguintes palavras: “E o que é a esperança? A esperança cristã é ter a certeza, hoje, que no fim estará tudo bem!” […] O Advento, é este tempo de esperança. Procuro imaginar como se terá sentido Maria […].

Sinto que, desde sempre, Deus me prepara para o que vivo hoje. 

No dia do meu casamento, da homilia recordo especialmente as seguintes palavras: “E o que é a esperança? A esperança cristã é ter a certeza, hoje, que no fim estará tudo bem!”

O Advento, é este tempo de esperança. Procuro imaginar como se terá sentido Maria, que dá o “Sim” mais definitivo da história. Se fosse comigo, teria rido e chorado ao mesmo tempo, não contendo a emoção, a alegria, a confusão.

Nove meses de espera que, com certeza, não foram como os de hoje, acompanhados por consultas médicas, ecografias e aulas de preparação para o parto. Como qualquer mãe, Maria terá sonhado com o seu Filho. Mas se para nós, mães comuns, que conhecemos a nossa imagem e a imagem do pai, começamos a imaginar traços comuns a um e a outro, já Maria… que disparate o meu, a tentar pensar o que Maria terá sonhado.

Maria confiou. Confiou plenamente em Deus. Nesta missão de ser a Mãe do Filho de Deus, cuja fisionomia Maria não conhecia. A missão de dar à luz, de ensinar, de educar, de ajudar a crescer, de ser o colo de Jesus.

É essa a atitude que somos convidados a ter, como cristãos, todos os dias da nossa vida: confiar no Senhor, esperar no Senhor e acreditar que, no fim, tudo estará bem, mesmo sem saber o que virá.

Isto não quer dizer que não vivamos tempos de dor, que não haja sofrimento. Todas as pessoas, ao longo da vida, são confrontadas por momentos assim. Maria também foi! E se foi… Mas, no fim, tudo ficaria bem. Maria ficaria para sempre junto do seu Filho. Nós também ficaremos.

A esperança e a confiança são duas atitudes que pautam o meu dia a dia desde que assumi a minha família como missão. Com confiança e esperança, consigo sentir que é real o “final feliz” tão típico dos contos de fadas. Então, e agora? Porque temos esta certeza, não precisamos fazer mais nada? É preciso investir, investir muito! Investir em tempo. Estar com a família, dispor-se a escutar, a partilhar, a brincar, a rir e a chorar, a abraçar, a sair do quarto, a deixar o telemóvel de lado quando estamos em casa, a pedir perdão e a perdoar e, acima de tudo, a rezar juntos.

Na sua viagem às Filipinas, o Papa Francisco disse: “Família que reza unida, permanece unida”. Neste advento, procuremos unir as nossas famílias ainda mais, rezando. Rezando pela nossa família, mas, principalmente, pelas famílias que passam por dificuldades no seu seio, para que Deus as proteja e as mantenha unidas.

Maria terá feito isto e muito mais. Muito mais…

Marta Figueira | Pastoral