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Estágio de Ginástica – Salesianos de Lisboa – Acro Clube da Maia

Hugo Almeida

Foi um estágio de dois dias, intenso e cansativo, que teve início após um corta-mato e uma viagem de 5 horas de autocarro. […] A viagem para a Maia, na noite de 6ªfeira, foi uma excitação total…não se calaram durante todo o percurso. Gargalhadas, histórias e canções no caminho inteiro. Os mais velhos, a Classe Especial ia, claro, lá atrás. As classes pré-especial raparigas e rapazes iam distribuídas pela frente e pelo meio do autocarro. Foram 44 ginastas a este estágio.

No domingo, depois do último treino e quando os alunos já estavam todos servidos e sentados à mesa, começávamos a almoçar. Eu estava ainda a sentar-me quando a Nádia, sem se aperceber que deixava formar uma lágrima ao canto do olho, olhou para mim e com os olhos bem abertos e as sobrancelhas levantadas, sussurrou-me, baixando a cabeça como se me dissesse um segredo:

– “Olha! Olha! Ouviste?!” e eu: “Não…o quê?” e fazendo-me um sinal com a cabeça para a mesa do lado, indicava-me a aluna que teria feito o comentário, e sussurrou-mo…

Foi na última refeição. A senhora que nos serviu e que cozinhou para nós, já nos conhece. Já lá estivemos, nos últimos anos. Eles estavam esganados e a Tina, toda contente: “Comam, comam, há ali mais…e se já não houver, vai-se fazer!”, com aquela pronúncia nortenha característica.

Foi um estágio de dois dias, intenso e cansativo, que teve início após um corta-mato e uma viagem de 5 horas de autocarro. Estarmos bem alimentados é sempre uma das prioridades nestas viagens, mas nem sempre possível. A viagem no autocarro para a Maia, na noite de 6ªfeira, foi uma excitação total…não se calaram a viagem inteira. Gargalhadas, histórias e canções no caminho inteiro. Os mais velhos, a Classe Especial ia, claro, lá atrás. As classes pré-especial raparigas e rapazes iam distribuídas pela frente e pelo meio do autocarro. Foram 44 ginastas a este estágio. Eu acho que mesmo assim consegui, com aquele barulho de fundo, adormecer e merecer por isso umas fotos de boca aberta e com a cabeça para trás…acho que não ressonei, aqui.

Para alguns, esta foi a sua primeira saída, sem os pais consigo! Estavam connosco 3 alunos do 1º ciclo. Obrigado a todos esses pais pela confiança!

Refiro-me a todos os pais, mas a esses em particular. Percebemos a ansiedade…deixá-los ir dormir a 300 km de distância, durante 2 noites…num pavilhão onde faz mais frio do que na nossa cidade (mas havia aquecedores nas camaratas com beliches), pela primeira vez, longe dos pais!

Acabaram por ser as nossas “coqueluches”, as nossas “mascotes”. E quem os conhece não há de estranhar: Francisco Ferro, Joaquim Gomes e Francisco Fernandes!

Animaram o grupo nestes dias, com a sua “pinta” e atitude!

Todos os 44 ginastas levantaram o braço quando se lhes perguntou quem é que tinha conseguido alcançar ou realizar algum elemento gímnico ou dificuldade ou destreza que até aí ainda não estava adquirida ou alcançada. Todos eles, mais ou menos, conseguiram sentir diferença na execução de vários elementos gímnicos, nas suas rodadas, nos seus mortais, atrás e à frente, nos duplos mortais, nas rodadas flics, nas rodadas mortais, todos eles melhoraram alguma coisa: a sua capacidade física, a elegância da sua execução, o nível de dificuldade alcançado, o medo que existia na realização de algumas séries sem ajuda…

O sucesso deste estágio está muito mais para além destas conquistas. Sendo elas muito importantes, ao pé do sussurro da Nádia, passam a ter uma dimensão relativa. Provavelmente, sem saber, fizemos este estágio para podermos ouvir o comentário da aluna da mesa do lado…

“Isto é mais do que um grupo de ginástica! É uma família!”

Na mesa do lado estavam 4 meninas. A Joana Fernandes era uma delas.

Apesar das “3 migalhas” que quase que fizeram terminar este estágio mais cedo (isto foi uma brincadeira para os mais novos), a vossa postura, comportamento e incansável dedicação foram exemplares!

Parabéns para todos e obrigado também por isso!

Hugo Cera de Almeida | Treinador