> Seara > Fazer a diferença!

Margarida Fernandes

O projeto de Bom dia da turma de humanidades, que consistiu no acompanhamento semanal e apoio ao estudo de jovens carenciados, ajudados pela SolSal, chamou-me imediatamente à atenção.

Durante a apresentação do projeto, na igreja, os alunos da turma 12H1 mostraram muita dedicação e empenho no projeto. Este, que foi apresentado como um momento semanal no qual jovens carenciados do 3.º ciclo tiveram a oportunidade de ter explicações, nos Salesianos, de várias disciplinas, com alunos de secundário da área de humanidades, provou ter um impacto imenso na vida dos jovens em questão. Este impacto não é apenas académico, mas também pessoal, uma vez que este momento semanal rapidamente se tornou numa altura muito agradável e positiva tanto para os jovens como para os voluntários.

Com isto, o projeto acabou por motivar alunos de outras turmas a aderirem à causa. Desta forma, com o crescimento do projeto e com a aderência de mais alunos, o seu impacto aumentou, uma vez que mais jovens carenciados tiveram esta nova oportunidade. As explicações semanais ensinaram muito a todos, tanto aos jovens como aos voluntários, que passaram a conhecer novas realidades muito distintas das suas.

O facto de o projeto ser semanal, durante vários períodos, e não apenas num dia ou tarde, levou a que o seu efeito nos alunos fosse muito positivo, o que se refletiu no seu desempenho escolar. A felicidade e o empenho dos jovens nos momentos de explicação eram visíveis, e constituíram, inequivocamente, uma fonte de motivação para os professores e voluntários envolvidos.

Os projetos de Bom Dia são, e com este em específico se provou, uma excelente oportunidade de pôr à prova os valores que nos ensinam espiritual e socialmente. Não adiantaria de muito ir à catequese e ser muito assíduo à missa ou aos “Bons Dias” da escola e depois não praticar o bem nas nossas ações.

Quanto a mim, aluna de uma turma de 12.° ano que não a de humanidades, este projeto mostrou-se uma excelente oportunidade de crescimento pessoal e, principalmente, de fazer uma diferença positiva na vida de jovens que, estando tão perto fisicamente, estão numa realidade muitíssimo distante. De semana para semana, os momentos de explicação de determinadas disciplinas, desde línguas a história ou geografia, não se compararam a tudo o que aprendi e passei a valorizar. Cada momento mostrou fazer a diferença no dia e na vida daqueles jovens. O seu empenho e energia cativante motivou-me a fazer um acompanhamento melhor e a esclarecer todas as suas dúvidas. Cada jovem, indiretamente, levou-me a querer ser um exemplo melhor para todos os que não têm a sorte que eu tive. Sorte imensurável, desde a escola em que estudo até à família onde nasci, que antes talvez desse por garantida, mas que, agora, reconheço o seu enorme valor.

Quanto aos testemunhos de outros voluntários que conheço, sei que a sensação foi a mesma. Saber que fizemos a diferença na vida de alguém é, realmente, muitíssimo gratificante.

Por fim, tenho a agradecer à turma de humanidades e aos professores responsáveis pelo projeto a oportunidade que proporcionaram aos jovens. Obrigada por “ajudarem a ajudar”.

Margarida Fernandes (12.º E1)