Coloquemos num saco de plástico uma maçã com vários dióspiros, nêsperas, ou qualquer outra fruta que não esteja madura. Ao fim de uns dias as frutas que estão em contacto com a maçã amadurecerão. Tal efeito deve-se às feromonas que a maçã tem. Essa influência da maçã parece-me uma excelente metáfora da direção escolar. A direção é uma força que consegue que as pessoas que estão à volta de quem a exerce acabem alcançando o ponto de amadurecimento. Sem barulho. Sem violência.
O dicionário define assim a palavra feromona: “substância química que, emitida em doses ínfimas por um individuo no meio exterior, provoca nos congéneres reações comportamentais especificas”. A ação da autoridade há de ser essa substância quase mágica que provoca o crescimento. A etimologia da palavra autoridade tem essa mesma conceção de que falo. Com efeito, a palavra autoridade provém do verbo latino auctor, augere, que significa fazer crescer.
A escola tem que ensinar cidadania. E os cidadãos pensam, decidem, participam e exigem. Os cidadãos não são profissionais da obediência, mas sim do compromisso. (Guerra, 2014: 13-14)
