Uma tarde no Museu Nacional de Arte Antiga

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Professoras Mónica Henriques e Paula Bessa

Tarde de 14 de maio. As professoras de Educação Moral e Religiosa Católica e História A, da turma do 10.º ano de Línguas e Humanidades, planificaram, orientaram e partilharam uma aula diferente, sob a forma de visita de estudo, ao Museu Nacional de Arte Antiga, às Janelas Verdes, em Lisboa.


Previamente, na escola, 4 grupos de alunos trabalharam sobre 4 peças de referência dos séculos XV, XVI e XVII: os Painéis chamados de S. Vicente de Fora, a Custódia de Belém, o Relicário da Rainha Dona Leonor e os Biombos Namban.
Já no Museu, apresentaram e responderam a perguntas dos colegas e professoras sobre o que tinham estudado.

Junto à oficina de restauro, visível ao público, a Carolina, a Leonor, a Madalena, a Maria Teresa e a Mariana lembraram a “grandeza da obra, pelas suas características únicas de apresentação de diversas figuras da sociedade portuguesa de meados do século XV.” Apreciaram, de modo especial, as representações dos cavaleiros, do Infante D. Henrique e de outros membros da família real, dos monges cistercienses de Alcobaça.

Os alunos António Beja da Costa, Duarte, Francisco e Vasco Junqueiro, imaginaram o que o rei D. Manuel I diria ao autor desta obra: “que é magnífica, complexa e bela”, lembraram que “foi feita com ouro de Quíloa, na atual Tanzânia, que exprime a Fé na SANTÍSSIMA TRINDADE, guarda o CORPO de CRISTO e assinala os feitos do Reino de Portugal, numa das épocas mais marcantes da sua História!”
“O que é uma relíquia? Quem foi a rainha D. Leonor que recebeu o relicário? Onde se encontrava guardada esta obra de arte antes de poder ser vista no Museu?” Estas foram algumas das perguntas a que responderam o António Oliveira Martins, o Lourenço, o Rodrigo, o Vasco Pedro e o Domingos.
 
E, no final, esboçaram um poema: “Jesus deixou aqui, um pedaço de Si. Lá dentro sofria, cá fora sorria. No Seu caminho, deixou um espinho. E Dona Leonor, cheia de dor, levou ao convento seu amor atento. Vemos no santuário um belo relicário.”
A Andreia, a Constança, a Maria Francisca e a Matilde explicaram, na sala dos Biombos, que Nambam era a designação dada aos Portugueses aos Japoneses quando se encontraram em 1543. Apontaram e explicaram as figuras que gostariam de interpretar: “o capitão-mor porque representa o espírito aventureiro e de liderança”, “um rapaz, curioso e uma mulher à janela, pois gostaríamos de viver esses momentos históricos e “um missionário jesuíta, para conhecer melhor a cultura japonesa e partilhar o meu saber com outros.”

E ficamos com as palavras inspiradas e inspiradoras de Sophia, num dos seus poemas

Os biombos Nambam contam
A história alegre das navegações
Pasmo de povos de repente
Frente a frente
Alvoroço de quem vê
O tão longe tão ao pé
Laca e leque
Kimono camélia
Perfeição esmero
E o sabor do tempero
Cerimónias mesuras
Nipónicas finuras
Malícia perante
Narigudas figuras
Inchados calções
Enquanto no alto
Das mastreações
Fazem pinos dão saltos
Os ágeis acrobatas
Das navegações
Dançam de alegria
Porque o mundo encontrado
É muito mais belo
Do que o imaginado

Sophia de Melo Breyner Andresen, Poética, edição de Carlos Mendes de Sousa, Lisboa, Assírio & Alvim, 2015, p. 806.

Professoras Mónica Henriques e Paula Bessa