João M. Rosinha, Vasco Caldeira e João G. Pereira
Poucas cidades no mundo conseguem unir História, Arte e modernidade como Berlim.
Durante a viagem, tivemos a oportunidade de visitar a capital alemã, motivados pelo desejo de conhecer de perto os locais que marcaram momentos decisivos da História Mundial. A cidade, vibrante e cheia de contrastes – monumentos imponentes, que relembram o passado negro da cidade –, está agora cheia de vida.
Neste texto, partilhamos algumas experiências e reflexões da viagem, assim como os lugares que mais nos impressionaram.
Um dos momentos mais surpreendentes da viagem foi a visita à Fábrica de Motas da BMW. Para além de vermos o processo de produção das motas, tivemos contacto com o modelo de trabalho alemão, altamente eficiente e, ao mesmo tempo, profundamente humano. Os trabalhadores, bem remunerados, alternavam posições na linha de montagem regularmente para evitar esgotamentos provocados por monotonia. O ambiente era descontraído e alegre: ouvia-se música, viam-se sorrisos e era evidente uma política de bem-estar com grandes benefícios, tanto para a qualidade de vida dos trabalhadores, como para a produtividade do trabalho. Foi um excelente exemplo de como é possível aliar progresso industrial a condições laborais dignas e mostrou-nos porque que é que “Hergestellt in Deutschland” (Fabricado na Alemanha) é visto como um selo de qualidade pelo mundo fora.
No entanto, nem todas as visitas foram leves.
O Campo de Concentração de Sachsenhausen, um dos maiores do período nazi, revelou-nos uma das páginas mais sombrias da História da Humanidade. O espaço, vasto e carregado de simbolismo, levou-nos a refletir profundamente sobre as atrocidades cometidas contra judeus, opositores ao regime, ciganos, prisioneiros de guerra, entre outros. As câmaras de gás, as celas minúsculas e os barracões revelavam as condições miseráveis de vida dos prisioneiros. Realmente, visitar um campo de concentração é uma experiência totalmente diferente do que apenas falar sobre o sistema concentracionário nazi nas aulas. Após a Segunda Guerra Mundial, o campo foi ocupado pelo Exército Vermelho, que o transformou num acampamento militar sob administração comunista, permanecendo assim até 1950.
Por falar em administração comunista, o muro foi outro dos marcos históricos de Berlim que nos impressionou. No Checkpoint Charlie – um dos mais conhecidos pontos de controlo entre Berlim Oriental e Ocidental –, pudemos imaginar o drama vivido por famílias e casais separados abruptamente por uma barreira intransponível. O muro não dividia apenas uma cidade: dividia vidas, sonhos e amizades. O lado ocidental ficou completamente cercado, transformando-se num enclave, com muitas das ligações ao restante território da RFA feitas através do Aeroporto de Tempelhof, que também visitámos, onde decorreu a famosa ponte aérea que salvaguardou o abastecimento da cidade durante o bloqueio soviético de 1948/9.
Outra paragem obrigatória para compreender a divisão da Alemanha foi o Museu da DDR, onde tivemos uma experiência imersiva sobre a vida na República Democrática Alemã. Desde a educação profundamente marcada pela propaganda ideológica comunista, aos produtos de fraca qualidade que tentavam imitar os do Ocidente, tudo revelava um sistema fechado, controlado e decadente. Pudemos, ainda, “conduzir” um dos icónicos Trabant dentro do museu.
Devido à riqueza desta viagem, não conseguimos abordar todos os pontos de interesse. Ficam por mencionar, de forma mais aprofundada, locais emblemáticos como a Porta de Brandemburgo, a sede do SPD, o Memorial ao Soldado Soviético e o Centro de Informações da União Europeia – espaços igualmente relevantes e que contribuíram para valorizar ainda mais esta experiência.
Olhando retrospetivamente para a viagem, torna-se claro que esta valeu a pena e que o contacto com as realidades mencionadas nas aulas de História B e Economia A enriqueceram as nossas aprendizagens dessas disciplinas (não só pelos lugares que visitámos, mas, sobretudo, pelo peso histórico de cada um deles e pela excelente companhia com que os partilhámos). Um agradecimento especial ao professor João Dionísio e à professora Celeste, que, com a sua dedicação e orientação, tornaram esta viagem ainda mais memorável.
João M. Rosinha & Vasco Caldeira (11E3)
Ainda Berlim
No passado dia 2 de abril, partimos 21 alunos, acompanhados pela professora Celeste Vinhas e pelo professor João Dionísio, rumo a Berlim, numa visita de estudo, no contexto das disciplinas de Economia A e de História B.
A cidade, bastião dos contrastes entre o mundo ocidental e oriental no período da Guerra Fria e portal histórico para o Terceiro Reich, e as atrocidades anteriormente cometidas, prometia muito… e não desapontou.
Efetivamente, a viagem, desde o seu primeiro momento, foi carregada de visitas a diferentes museus e locais de enorme relevância histórica. Começando pela Willy Brandt House, passando por Sachsenhausen (Campo de Concentração Nazi) e terminando no Museu da DDR, foi-nos possível ver e perceber os diferentes regimes políticos, económicos e sociais nos diversos momentos do passado da Alemanha, inserida num contexto europeu e mundial, com especial ênfase na Guerra Fria, que dividiu a cidade em duas zonas: um setor capitalista e outro setor comunista. Deste modo, percebemos, de uma maneira mais interativa e real, aquilo que nos foi ensinado nas aulas.
Para além disso, apesar do pesado horário a cumprir, tivemos a possibilidade de conhecer também a outra vertente da capital alemã: uma cidade cosmopolita, desenvolvida e moderna. O idílico cenário estrangeiro que nos era proporcionado, aliado a um excelente grupo de participantes, permitiu que a jornada fosse absolutamente fenomenal e uma excelente fonte de memórias inesquecíveis.
Em suma, a excursão foi inteiramente extraordinária, tanto na vertente de estudo, como na área de lazer. Assim, recomendo esta oportunidade única a todos aqueles que tiverem a possibilidade de a fazer.
João Gonçalves Pereira (11E2)