| 10 ABSURDOS DA AÇÃO ESCOLAR |

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A avaliação e o ensino são praticados num cenário de absurdos vários:

1. Produzir sínteses globais de avaliação que parecem ser redigidas como que arbitrariamente (Quem as redige? Com base em quê?) e que são tendencialmente vazias de conteúdo pedagógico e não ilustram de forma alguma a complexidade do trabalho desenvolvido pelos alunos ao longo de um período escolar;

2. Considerar “normal” que haja alunos que aprendem e outros que não aprendem. Os que não aprendem vão para o apoio, medida cujos resultados ao nível da progressão nas aprendizagens são amplamente questionáveis;

3. Entender que um aluno de 10 anos deve “estudar sistematicamente” quando tem 3 manhãs sem aulas (Isto, se não tiver apoio. Porque se tiver, deixa de ter manhãs ‘livres’);

4. Fazer diagnósticos das turmas tendencialmente vagos e pouco precisos, que fazem sempre recair os problemas de aprendizagem sobre os alunos e a sua “falta de hábitos de trabalho e de estudo”, raramente se refletindo sobre as “dificuldades de ensinagem”;

5. Desenvolver práticas de avaliação por vezes arbitrárias e inconsistentes e de pendor essencialmente sumativo;

6. Considerar os manuais como recursos imprescindíveis e inquestionáveis na ação de ensinar;

7. Considerar “estranho” que alunos de 10 anos sejam imaturos;

8. Considerar “estranho”  que esses alunos não sejam autónomos, quando o modelo pedagógico da maioria das escolas fomenta, essencialmente, a reprodução;

9. Entender que é “curioso” que os alunos que normalmente se portam mal, se portem bem em atividades fora da sala de aula;

10. Considerar que essas atividades que ocorrem fora da sala são “mimos” para quem os “merece”.

Dez absurdos da ação escolar. Dez práticas correntes que fazem da escola um labirinto do qual apenas alguns conseguem sair com sucesso. Até quando?

Ilidia Cabral